Aqui
estamos após um longo mês repleto de questões a resolver. Agosto não tem sido
nada fácil e por esta razão, não fica fácil passar aqui com a frequência que
precisamos. E como explicar nosso comprometimento com esta casa estando com
tantas questões a resolver? Pois bem, senta que lá vem a resenha:
No
início do mês deu-se partida ao processo de realização de um curta metragem,
filme esse que já vinhamos aguardando recursos faz algum tempo. Entre
procedimentos burocraticos, oficios, orçamentos , papelada e mais papelada
tivemos que ficar um tanto distantes aqui dessa nossa querida Vivienda Libre.
Todavia,
informamos que assim que possível estaremos de volta com as nossas costumeiras
postagens, pois, as mesmas nos são tão importantes quanto as demais ocupações e
todas são realizadas pensando em vocês, caríssimos que aqui também nos
acompanham.
No mais, segue daí um trecho do Festival I Love Jazz, captado no final de uma tarde de sábado no Parque da Cidade, em Brasília. Meschiya Lake and the Little Big Horns, um pouco de New Orleans em um evento FREE.
Acredito nem precisar citar, porém o pessoal da banda foi super bacana, rendendo um bate papo após o show e a aquisição do CD - Lucky Devil que tanto nos deixou felizes.
LUCKY DEVIL
Espero que gostem e aqui vamos seguindo nosso caminho... Ressaltando que dentre em breve (assim que possível mesmo) estaremos de volta com nossas atividades bloguistas, blogueiras e blogasticas.
Nós da Vivienda Libre informamos que no momento estamos produzindo um curta metragem e por esse motivo não estamos trabalhando no blogger. Em breve voltaremos a atualizar.
Percebemos ao longo da história
as transformações ocorridas no universo feminino, a ida da mulher ao mercado de
trabalho, o feminismo. Com o tempo as mulheres cansaram de ser coadjuvantes e
quiseram ser donas de sua própria história. Mas parece que ainda hoje predomina
a existência de uma sociedade machista, onde ainda percebemos os reflexos que
vem principalmente pelo conservadorismo patriarcal, da igreja, e de mulheres
que muitas vezes no papel de mães ainda cedo ensinam suas filhas a cuidar da
casa, enquanto seus irmãos crescem no conceito de que precisam ser mimados e
que mulheres devem servi-los de todas as maneiras, respeita-los e ser omissas.
É comum ainda em pleno o século
XXI escutarmos coisas do tipo: Lugar de mulher é na cozinha, ou a mulher quando
se veste de maneira sensual dá motivo para o estupro. Muitos reclamam do feminismo,
porque dizem que as mulheres quererem ser iguais aos homens, mas acredito que
as pessoas costumam confundir essa questão de propósito, as mulheres lutam pelo
respeito e reconhecimento. Já ouvi muito homem dizer que mulher não deveria
reclamar de chegar em casa cansada pois esse era o preço do feminismo.
O ideal da mulher com a revolução
feminina é ser livre, mas parece que estamos sempre um passo atrás dessa
realidade. Se por um lado temos uma lei como a Maria da Penha que nos protege,
homens que se mostram maravilhosos e o estupro considerado um crime hediondo;
existe por outro lado um sistema que manipula e vende a imagem feminina. Esse
sistema manipula a cabeça de homens e mulheres, dita formas de comportamento,
atingindo até mesmo crianças.
Pois bem, anos e anos se passaram
e nós mulheres além de ainda sermos vistas como objetos também vivemos sob a
ditadura da beleza, daquele padrão único de beleza, da perfeição inatingível
criada para as mulheres seguirem e os homens julgar, onde não há espaço para
gordas, para as meninas de cabelos crespos, baixinhas demais ou altas demais. A
verdade é que se você não é magra como uma francesa ou uma loira gostosa como
as meninas de programa de auditório e propagandas de cervejas, não é bela o
suficiente. Não só por esse motivo, mas por muitos outros, milhares de mulheres
sofrem em segredo.
Diante disso, a Marcha das Vadias
que aconteceu nesse sábado dia 26/05 em diversos cantos do planeta e aqui em
Brasília sob o sol de outono e a inesperada chuva da tarde, tem grande valor,
em média aqui na capital, 1.500 mulheres, dentre essas alguns homens e crianças
que davam voz aos seus ideais.
A Marcha das Vadias propõe que a sociedade
seja mais consciente, e se somos vadias é porque, somos livres, temos ideais,
queremos ter o direito sobre o nosso corpo, de poder abortar, porque não
gostamos de ser coagidas, vistas como objeto, por não querermos mais ser
maltratadas por companheiros e até por pais.
O que se pode concluir com a
Marcha da Vadias é que além do feminismo deveríamos refletir em todas essas
questões que faz de todos nós seres humanos, e que todos nós independentes de
gênero, cor, nacionalidade, classe social, merecemos o devido respeito.
E nós vadias, também, porque
somos mulheres, somos humanas.
Aos nossos caríssimos e
caríssimas, saudações! Em meio a uma semana fria, noites frias e outono a pico
forte resolvemos resgatar algumas memórias um tanto esquecidas (um tanto
omitidas), feridas antigas, porém deveras amargas cá nos dias do então. Pois
bem, há 22 anos Brasília rasgava os olhos frente ao documentário “Conterrâneos
Velhos de Guerra” (direção e roteiro de Vladimir Carvalho). Com depoimentos de
todos os lados e imagens raras, o filme relata o período da construção da
capital federal e principalmente as condições precárias de cerca de
50 mil operários que no Planalto Central vieram buscar seu prometido Eldorado. Do
início das filmagens até sua conclusão, estima-se corridos 20 anos, pois,
muitos desses trabalhadores recusavam-se a sequer falar sobre esses tempos: “Diziam,
‘não, doutor, isso é muito perigoso”. E afinal de contas, "intimidação" é ainda uma palavra bastante modesta para definir a situação. Oriundos de todos os pontos cardeais e principalmente do nordeste, esses construtores deixaram seus estados fugindo da fome e das mazelas que já fazem escola em nosso país. Lidaram com uma realidade assombrosa, pois, além das condições climáticas totalmente diferenciadas (clima seco e muitas queixas de frio durante as noites), enfrentou-se a repressão policial, as mortes por acidentes de trabalho que nunca eram registradas ou sequer contabilizadas, os famosos "sumiços" de vidas que não tornaram jamais. E por fim, varridos pelas tangentes de uma cidade que em sua origem prometia ser "livre de diferenças sociais".
Deixando
1990 um pouco de lado, porém, a cerca do tema vamos falar um pouco do ano que
precedeu a tão esperada inauguração da cidade planejada. Segunda-feira de
carnaval, 1959, péssima alimentação (relatos dos operários), uma carga horária
que podia levar até 10 horas ou “varar a noite”, e com a água do acampamento
cortada instaurou-se a revolução (motim, entrevero) – Pratos atirados no pátio
e muita confusão! E por falar em rasgar os olhos: Eis que surge a GEB (Guarda
Especial de Brasília), que não podendo conter os quase mil operários, aquartelou-se. À noite, os guardas voltaram e metralharam o acampamento. Muita gente
morreu, mas não se sabe quantos porque o caso foi abafado”, (http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/pioneiros-da-capital), conta
Vladimir.
E o fato ficou conhecido como O Massacre da Pacheco Fernandes Dantas, que para muitos é tido como uma lenda urbana da capital, já para outros tantos, uma trágica realidade sufocada durante os obscuros anos do barra.
O MASSACRE DA PACHECO FERNANDES DANTAS EM 1959: MEMÓRIA DOS TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE BRASÍLIA
E como não só do passado transitam as linhas cá na Vivienda, lá vamos nós! Na próxima sexta-feira (25/05) finda o prazo estipulado pelo GDF para a desmonta dos barracos da ocupação solidádia organizada pelo MTST, em Ceilândia (QNQ/QNQ).
Conforme o canal Brasil & Desenvolvimento, em relatos obtidos dos ocupantes da área:
“Não temos mais nada a perder, já vivemos uma vida de muito sofrimento,
meu filho”, disse-me uma senhora. “Se morrermos, virão outros e outros.
Pra alguns aqui, morrer seria até um alívio”, disse-me outro morador.
Sim, morador! É assim que eles passaram a se designar depois que muduram
para QNQ/QNQ em Ceilândia. Se antes o quarto, o cortiço, a moradia
alugada era chamada de “o lugar onde eu pago aluguel”, aqueles precários
barracos de lona cravados no chão batido são orgulhosamente denominados
“casa”. E entre olhares corajosos em sorrisos cansados ouvi que “está
tudo bem”, que “até aqui está ótimo” viver no Novo Pinheirinho.
Ocupação do MTST - "Pinheirinho Novo" QNQ/QNQ - Ceilândia DF (Antiga - Campanha de Erradicação de Invasões CEI)
Uma pequena ressalva:
Reconhecendo a gravidade do problema dos "favelados", (que em 1969 já eram cerca de 79.128) o governador Hélio Prates, solicitou à Secretaria de Serviços Sociais a criação da "Campanha de Erradicação de Invasões - (CEI), originando a cidade de Ceilândia DF, em 27 de março de 1971 e afastando "grandes grupos" dos valorizados centros comerciais de Brasília.
Seria essa uma outra contradição? Pois, retirar "invasores" de uma área que originalmente foi criada para abraçá-los nos deixa deveras confusos. E por agora nos resta findar nossas linhas esperando que o melhor se resolva, que os ânimos se acalmem e que uma solução viável, seja para manifestantes, seja para o governo, possa enfim ser acordada.
Comum mesmo é remeter o prumo da jangada à política quando pensamos em Brasília, afinal de contas, a capital federal é palco constante desse cenário deveras desagradável e cabe a todos nós BRASILEIROS, tentar a mudança para quem sabe um dia, um dia desses assim sem mais nem menos mais, obtermos um "espetáculo" menos incômodo.
Pois bem, durante os dias 09 à 13 deste maio, realizou-se no Complexo da Funarte a 10ª edição da Sesc Festclown. Evento gratuíto e também um dos mais importantes festivais de palhaços da América Latina. Ao meu ver, uma ótima oportunidade de se reviver (aos mais antigos, diria), a nobre arte e também familiarizar-se com a cultura da arte de rua, os tempos do "Circo Mambembe" (ainda comum nas pequenas cidades). E contando com a presença de artistas nacionais e internacionais, pudemos vivenciar o colorido, a mágia, muitas vezes "sacana," do nobre palhaço. Porém, respeitável público, palhaçada mesmo é acreditar que aqui por essas bandas só se respira política! Ora essa! Sendo Brasília também conhecida com La Capital del Rock and Roll, nada mais justo que relatarmos que esta é também uma cidade privilegiada em se tratando de arte. Importante sempre é lembrarmos que além de tantas e tamanhas necessidades eminentes para a nossa melhoria, a adequação cultural deve ser vista como um dos pilares basicos a ser cobrado, pois, a mesma navega de mãos dadas com a educação e a garantia de expressão deve ser mesmo levada a sério.
Repaginando um tanto mais a vida, ainda sobre arte urbana nos vêem à cabeça um camarada chamado Jean-Michel Basquiat (1960 - 1988) - artista plástico que deixou às ruas pelo estrelato de uma forma muito rápida. Porém, no final dos anos 1970, era possível ver suas intervenções pelos muros de New York nas seguintes inscrições: SAMO, entre grafites com figuras astecas, deixou suas impressões sobre injustiças sociais, caos político de uma forma bastante peculiar. Há quem o veja como um dos precursores desta tendência que espalhou-se facilmente durante as décadas de 1980 e 1990.
E falando um pouco mais sobre arte urbana, está aberta ao público até 30 de maio a Exposição "Pigmentos Organolépticos," na Cia Lábios da Lua (Quadra 04 lote 16 lojas 01/02 - Setor Sul Gama DF). A abertura da mostra no último dia 10 trouxe, elementos do grafitti associados à projeção audiovisual. O espetáculo contou com a participação da Dalilah Companhia de Dança do Ventre - "As mil e uma noites de Sherazade."
Sinal claro de que a cidade do Gama tem muito mais a oferecer que notícias sobre crimes ou o Estádio de Futebol "Bezerrão" nas páginas dos jornais, não é mesmo? Dentre os expositores, temos: Anderson Lima (Mickemball Elfus), grafiteiro, artista plástico, ilustrador, foi o curador da mostra e expositor. Alain Oliveira (ONK), grafiteiro, artista plástico, ilustrador e serigrafista. Daniel Medeiros (Dan Hi Fi), músico, rimador e responsável pelas projeções audiovisuais do evento.
Sobre a Cia Lábios da Lua:
Segundo Gilmar Batista, vice presidente e produtor executivo - O espaço completa 20 anos desde sua criação e relata que de 2007 pra cá já foram atendidos mais de 20 mil alunos. A Cia é um espaço aberto ao Cooperativismo e conta também com duas instituições internacionais, Junior Achievement e a Serviço Para a Paz (responsável pela doação dos violões). Após três meses de reforma, hoje a mesma conta com escritório, auditório com capacidade para 80 pessoas, Teatro de Bolso e Acessibilidade, com rampa de entrada, piso antiderrapante para deficientes visuais e banheiros adequados para cadeirantes.
Dentre as atividades o local oferece cinco oficinas por semestre, sendo elas: DJ, teatro 1 iniciação e 2 interpretação, canto 1 e 2. Além de aulas de violão, escalada, xadrez, capoeira, karatê, empreendedorismo, ambientalismo e ética.
Cia Lábios da Lua
Funcionamento:
Terça a Domingo das 09 às 21 horas.
Ainda sobre a Sesc Festclown, confiram logo a baixo um pouco mais da apresentação de "La Microbanda," atração muito aguardada aqui pela Vivienda e que infelizmente não pudemos documentá-la na íntegra por consequência da chuva que achou interessante findar o espetáculo antes dos aéreos no trapézio.
Um texto redigido em migalhas, assim deveriam ser todas as linhas na nação que almeja sediar uma copa mundial em 2014? Noventa e sete anos desde a seca de quinze, período em que foi criado o primeiro campo de concentração brasileiro. Sim meus caros, um campo de concentração para flagelados que deixavam suas "casas" e na ilusória busca por alimentos, água (oportunidades de sobrevivência), deslocaram-se à nobre cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará.
E para que essas "figuras não atormentassem" a classe média cearense e privilegiada com a vista do mar, momento também em que buscavam-se atrair grandes investimentos para o turismo da região, ergueu-se o precursor de outros tantos, em Alagadiço (norte da capital) o "Curral do Governo." Apresentado ao povo como um campo de alimentação e tratamentos médicos, essas paredes guardaram nada mais, nada menos que oito mil vidas que encarceradas, definhavam sob o olhar de guardas armados e também subnutridos. Parece que brasileiro gosta mesmo de praia e principalmente de limpar seus litorais.
Mas não pensem que a situação era assim tão dura, pois, também é fato citar que nem todas essas pessoas perderam suas vidas no "curral de gente," aglomerados em um trem, muitos não suportavam a viagem e eram atirados pelo caminho. Há relatos de que alguns ainda com vida. Importante era ter a certeza de que nenhum dos retirantes (ou retirados) alcançasse os litorais nordestinos, paraísos reservados a um público selecionado, não muito diferente dos dias de hoje. Ou você realmente acredita que terá uma cadeira cativa nas disputas futebolísticas da copa de 14?
E varrendo os ocorridos, deparamo-nos com a reprise de uma telenovela sendo exibida em mais uma dessas tardes ensoladas. Em uma cena a personagem dizia: "Vou ao piscinão de Ramos, onde cada mergulho é um flash!" Interessante de se imaginar, pois, em 1989 a extinta Rede Machete apresentava o documento especial "Os Pobres Vão A Praia, uma opinião primeira, penso eu.
Lembro-me deste período, por ter sido a primeira vez em que ouvi falar no termo "Segregação Espacial" e confesso que nessa época eu não fazia a menor ideia do que a tal queria dizer. O documento retrata algumas das dificuldades enfrentadas quando a população "das classes menos favorecidas" resolvia vislumbrar os cartões postais da Zona Sul carioca, e através de alguns relatos, o desconforto e incômodo sentido pela outra classe, aquela oposta à "classe menos favorecida."
Após uma longa viagem de trem, espremidos uns sobre os outros, sorrisos estampados, enfrentava-se uma segunda jornada, porém agora espremidos nos coletivos urbanos, sorrisos ainda bastante evidentes. Afinal, quem não gostaria de vislumbrar o paraíso assim tão de perto? E os nativos da Zona Sul, nada contentes, mostravam-se preocupados e insatisfeitos com a "constante invasão" de seus quintais. Vocês não achariam que a "Girl From Ipanema" estaria realmente gostando dessa situação, não é mesmo?
OUTRA VEZ ME OCORREU, BRASILEIRO GOSTA MESMO DE PRAIA!
E criou-se o Piscinão, área situada no coração da Zona Norte carioca e cercado por 15 favelas, bem distante do cartão postal. Local onde os "pobres" (trabalhadores habituais durante a semana na Zona Sul) podem divertir-se, comer suas farofas, enfim: Regozijar-se ao sol em seus merecidos finais de semana, bem longe do desconforto de ter que cruzar com as belezas da área nobre da cidade maravilhosa. Ou vocês preferem outro "Curral do Governo"?
Na construção deste Oásis, revestiu-se o solo com uma camada de polietileno e com capacidade para trinta milhões de água salgada. Em sua volta, um calçadão, ciclovia e quadras esportivas. Até palmeiras da Costa do Sauípe foram trazidas para embelezar o ambiente. E o impacto ambiental tão defendido do lado de lá das ondas, melhor não citar, não é mesmo?
Pois bem meus caríssimos, tendo em vista a amplitude da situação, uma única ideia me "lampeja a cuca," brasileiro gosta mesmo é de praia, e é capaz de cometer horrores a fim de preservar seus litorias.
Se de algo ou alguém, eis onde permanece a questão.
Ficha desta Postagem:
Texto Adaptado:
Renan Santana
Fontes de pesquisa e maior interação frente ao tema:
Imagens obtidas preservando a veracidade dos fatos a que as mesmas expõem.
Nota:
Esta postagem não faz oposição à realização da copa do mundo em 2014, não busca o embate quanto à classes sociais ou costumes, segue com o intuíto ao debate frente aos assuntos:
Segregação Espacial
Seca de 1915 e Centros de Convívios.
Porém, ao que diz respeito aos "Casarões de Flagelados no Brasil, não há meios de não deixarmos claro o nossso sentimento de repúdia e pesar quanto ao ocorrido.
Entre o “arrastar de correntes,” vivenciando a experiência das horas na
esfera, girando dias, noites, anos... Pensar no vazio, na ausência de algo,
alguém ou até mesmo uma sensação, nostalgia, não é uma tarefa complicada, muito
menos agradável. Porém julgamos importante ir ao seu encontro nessa última
semana, momento em que se comemorava o feriado do dia do trabalho. Há os que
lutam por preencher seus cemitérios de concreto espelhando suas vidas nos
atores de telenovelas, há os que fazem terapia... Muitas vezes é possível
ocultar o incômodo com o auxílio de drogas e seja momentâneo ou não, questionar
não nos parece nada interessante. Autoafirmação com o mecanismo de bens
materiais (o famoso meu carro é maior que o seu), ou posição social. Porém, também
estamos fugindo para o campo e estamos assustados. Escondendo-nos pelos
interiores de igrejas frias, nos corredores de grandes celebrações, enfiados
atrás de mesas ou canteiros de obras, enfim: Nascemos sós e sejam ou não por
causas naturais, o desfecho de uma vida continua sendo um ato extremamente
solitário. Quem sabe a chave seja mesmo o que se faz nesse período do meio, não
é mesmo?
Este final de semana estaremos revisando uns tantos e outros muitos aspectos da próxima postagem, lembrando que já definimos algumas pautas pras próximas semanas e "hablar" sobre a viabilidade das mesmas é importante por demais!
Agradecemos aos visitantes e resmungamos, pois vocês não estão lá muito afim de comentar (Ora pois!). Daí, todavia e porém aos fatos, fica esta postagem aqui confirmando nosso compromisso com o espaço (este espaço aqui, blog, canto de linhas, enfim).
Aceitamos sugestões, xingamentos e que nos paguem cervejas.
Porém, comentários, sugestões e xingamentos, deixem aqui.
Este texto é dedicado aos profissionais de imprensa que figuram de sol a sol no intuíto de levar ao "telespectador" a realidade que suas retinas, iris e sentimentos presenciam.
Acompanhando
o dia do basta aqui em Brasília no sábado, 21 de abril (aniversário da capital
federal), não foi difícil notar o árduo trabalho realizado pela imprensa. Mesmo
porque, nós como meros espectadores e desempenhando nosso papel em também
registra-lo em vídeo, passamos por muita dificuldade. Muitas vezes e na
expectativa em fechar o melhor quadro, capturar as situações em que se possa
passar ao publico final (povo), através da WEB, precisávamos correr bastante.
Enfim, subir correndo a avenida dos ministérios, descer correndo, abre tripé,
fecha isso, conecta aquilo...
Acredito não ser necessário expressar a
intensidade do sol naquela manhã, não é mesmo? Pois bem, o dia estava
escaldante, seco e de um céu azul que assombra. Horas depois, conversão dos
frames, pensa, pensa... Como vou casar esse texto, como explicar o que de fato
presenciamos? Ora bolas! Vamos à TV dar uma bela olhada na cobertura final dos
fatos. Afinal de contas não seria esse o momento em que as emissoras fariam jus
ao suor dos seus colaboradores, que diferente de nós, lá estavam exercendo o
seu ganha-pão, trabalho esse garantido após alguns anos de estudos e muito
sacrifício. Pois então, caríssimas e caríssimos, creio não haver necessidade em
citar o emissor, pois, acompanhamos mais de um deles e lá presenciamos trinta,
quarenta segundos sobre um evento importante e que ocorreu em nada mais, nada
menos que 53 cidades brasileiras. “E com vocês, as notícias sobre o futebol!”
Penso eu cá com meus botões: Não seria um
dever da mídia figurar como os olhos daqueles que lá não puderam estar? E se
estavam gritando, “fora a esse ou aquele governo ou nós o amamos, se esgoelavam
CPI quanto aquilo ou queremos manteiga no pão,” não seria importante relatar ao
receptor final exatamente o que aconteceu com seus clamores em bom som?
Pergunto enfim: Haverá mesmo um
desinteresse popular capaz de não se fazer necessário uma cobertura mais ampla
quanto a esses fatos (mesmo havendo lá mais de seis mil participantes)?
Acho mesmo cedo para se falar em censura e
para ser honesto nem gostaria de pensar nessa possibilidade. No entanto faço a
vocês essa pergunta, caso esse não seja um texto digno de ser lido em pouco
mais que 30, 40, 50 segundos...
A terceira marcha nacional contra a corrupção foi confirmada em 53 cidades brasileiras, contando sempre com um movimento apartidário e organizado pelas redes sociais. Em Brasília (conforme dados da polícia militar PMDF), foram confirmadas as presenças de pouco mais de 6 mil pessoas. Sob um calor intenso e muito sol, o dia do basta coincidiu com o aniversário de 52 anos da capital, que segundo a população, "não havia muitos motivos a serem comemorados.
Nós da Viviendra Libre expressamos nossa contribuição e apoio através de um vídeo registro, realizado de forma independente e com uma cobertura parcial deste 21 de abril, acompanhando o grito de luta entre os ministérios e findando na Praça dos Três Poderes.
Agradecimentos aos organizadores do "Dia do Basta," à população de Brasília e a todos que de alguma forma divulgaram ou fizeram valer a caminhada! Agradecimentos também a Edu Mazurca pela liberação da trilha "Santo e Senha" que compõe este registro.
Em nossa primeira postagem gostaria de compartilhar a experiência vivida em 2009, quando fomos convidados a rodar um documentário sobre um grupo de indivíduos do ensino (EJA), educação para jovens e adultos. A princípio, realizamos a triagem diante de uma sala de aula com basicamente 40 alunos e lá se foram semanas e semanas de entrevistas, bate papos e afins.
De certo que o processo de seleção nunca é uma tarefa fácil, pois, é comum encontrarmos situações e formas de vinvencias tão interessantes, tão singulares que o desejo em documentar a todos é mais que evidente. Enfim, findado o processo fechamos em seis alunos e partimos para as entrevistas de ambientação à câmera. A proposta sempre foi rodar um projeto suave, distante dos ares impactantes e tão ligados à conhecida dura realidade de se obter uma boa educação em nosso país.
Revisando o foco do que queremos ser na vida e "o que precisamos dela," foi possível levar ao público uma atmosfera até mesmo divertida sobre as expectativas destes secundaristas, que por alguma razão, tiveram que cumprir essa etapa em um momento diferente da vida.
Fica o agradecimento à Verônica Valério, idealizadora do projeto e também responsável por toda a viabilidade do mesmo. Agradecimento especial ao "elenco," queridas pessoas que foram capazes de abrir seus corações, compartilhando suas afetações.
Agradecimento especial também a Edu Mazurca, Thiago Barral e Carlos Eduardo (cromonato), por ceder suas canções. Marcos Alexandre (Frontal), pela arte e também canções e William Grangeiro, liberação de composição musical também. A todos que nos prestigiaram durante a exibição e deram força a esse projeto.
"Eles não cresceram no mesmo bairro, não partilharam as emoções e descobertas da vida juntos, pois, foram apresentados à esfera em etapas diferentes. A Doce Fel convida a um leve mergulho nas sensações, perspectivas e sonhos de um grupo de estudantes que no percurso da caminhada se encontraram na busca de um mesmo ideal, entre outros tantos."