segunda-feira, 28 de maio de 2012

Marcha das Vadias!


Brasília. 26 de maio de 2012.

Percebemos ao longo da história as transformações ocorridas no universo feminino, a ida da mulher ao mercado de trabalho, o feminismo. Com o tempo as mulheres cansaram de ser coadjuvantes e quiseram ser donas de sua própria história. Mas parece que ainda hoje predomina a existência de uma sociedade machista, onde ainda percebemos os reflexos que vem principalmente pelo conservadorismo patriarcal, da igreja, e de mulheres que muitas vezes no papel de mães ainda cedo ensinam suas filhas a cuidar da casa, enquanto seus irmãos crescem no conceito de que precisam ser mimados e que mulheres devem servi-los de todas as maneiras, respeita-los e ser omissas.
É comum ainda em pleno o século XXI escutarmos coisas do tipo: Lugar de mulher é na cozinha, ou a mulher quando se veste de maneira sensual dá motivo para o estupro. Muitos reclamam do feminismo, porque dizem que as mulheres quererem ser iguais aos homens, mas acredito que as pessoas costumam confundir essa questão de propósito, as mulheres lutam pelo respeito e reconhecimento. Já ouvi muito homem dizer que mulher não deveria reclamar de chegar em casa cansada pois esse era o preço do feminismo.
O ideal da mulher com a revolução feminina é ser livre, mas parece que estamos sempre um passo atrás dessa realidade. Se por um lado temos uma lei como a Maria da Penha que nos protege, homens que se mostram maravilhosos e o estupro considerado um crime hediondo; existe por outro lado um sistema que manipula e vende a imagem feminina. Esse sistema manipula a cabeça de homens e mulheres, dita formas de comportamento, atingindo até mesmo crianças.
Pois bem, anos e anos se passaram e nós mulheres além de ainda sermos vistas como objetos também vivemos sob a ditadura da beleza, daquele padrão único de beleza, da perfeição inatingível criada para as mulheres seguirem e os homens julgar, onde não há espaço para gordas, para as meninas de cabelos crespos, baixinhas demais ou altas demais. A verdade é que se você não é magra como uma francesa ou uma loira gostosa como as meninas de programa de auditório e propagandas de cervejas, não é bela o suficiente. Não só por esse motivo, mas por muitos outros, milhares de mulheres sofrem em segredo.
Diante disso, a Marcha das Vadias que aconteceu nesse sábado dia 26/05 em diversos cantos do planeta e aqui em Brasília sob o sol de outono e a inesperada chuva da tarde, tem grande valor, em média aqui na capital, 1.500 mulheres, dentre essas alguns homens e crianças que davam voz aos seus ideais.
 A Marcha das Vadias propõe que a sociedade seja mais consciente, e se somos vadias é porque, somos livres, temos ideais, queremos ter o direito sobre o nosso corpo, de poder abortar, porque não gostamos de ser coagidas, vistas como objeto, por não querermos mais ser maltratadas por companheiros e até por pais.
O que se pode concluir com a Marcha da Vadias é que além do feminismo deveríamos refletir em todas essas questões que faz de todos nós seres humanos, e que todos nós independentes de gênero, cor, nacionalidade, classe social, merecemos o devido respeito.
E nós vadias, também, porque somos mulheres, somos humanas.

Juliana Farias.




La Vivienda Libre:
Renan Santana
Juliana Farias.

Texto:
Juliana Farias.

Captação de Imagens e edição:
Renan Santana.

Trilhas:
Hot and Spicy (Band and Punches)
Island Party (Pool Side)
Orleans Romp (Accordian)
Domínio Público.

Agradecimentos:
Marcha das Vadias de Brasília

Organização do Movimento em Brasília:
https://www.facebook.com/marchadasvadiasdf


2 comentários:

  1. Buscar sólo los derechos de las mujeres nos es más que una bandera es una afirmación! Todavía hay niñas en situaciones de opresión y omisión, ya sea por necesidad, el miedo ouo el dinero también debe ser abordado ahora! Las mujeres, sólo para ser explotados por los patrones, esposos, hijos y el sistema! Lucha contra las niñas, sino también para la raza humana!

    Felicidades por el trabajo de la Vivienda Libre! Continúe! ¿Dónde más! Fuerza de mis amores!

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    1. Para minha tristeza, há quem não entenda ou aceite essa questão. Fico realmente muito feliz em ver teu comentário.
      Um grande abraço!

      Juliana Farias

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